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Vejamos os realces escriturísticos a respeito do sofrimento cristão.

Por intermédio do ermo (isolamento sofredor), num lugar chamado Betel, Jacó viu Deus numa experiência espiritual e profética muito importante (Gênesis 28:10 – 22; cf. João 1:51). No decurso do retiro sofredor, Moisés atônito, viu o SENHOR “em uma chama de fogo do meio duma sarça” (Êxodo 3:1 – 22). Ao longo de um profundo sofrimento e perseguição, pedindo para si a morte, Elias ouviu “um sussurro calmo e suave”, a voz do SENHOR. A este profeta ancião, desencorajado e desesperançado, Deus responde com brandura (1 Reis 19:12, 13). Igualmente, durante o exílio sofredor no meio dos cativos, Ezequiel viu “a glória do Senhor” junto ao rio Quebar, “se abriram os céus”, Ezequiel “teve visões de Deus, e ali esteve sobre ele a mão do SENHOR” (Ezequiel 1:1 – 28). No tempo da expatriação, Daniel viu se assentar o “Ancião de Dias”. Este é um título divino que se refere à dignidade e eternidade de Deus, Daniel soube verdadeiramente quanto o Senhor era [é] digno de receber a sua genuína adoração em meio ao seu sofrimento (Daniel 7:1 – 28). Num cativeiro de opressão terrena e espiritual em constante oração e aprendizado das coisas celestiais, Jó viu (conheceu verdadeiramente) a Deus (Jó 42:10). Atravessadamente desgraçado com a sua alma esmorecida, apegada ao pó, Davi alcançou e vestiu–se da misericórdia de Deus (Salmos 51:1 – 19). No decorrer de violenta aflição na ilha de Patmos, enclausurado, João foi arrebatado “no Espírito” (sendo poderosamente controlado pelo Espírito), e no Dia do Senhor viu o resplendor da glória de Deus. João encontrou–se com o seu Amado Jesus ressurreto (Apocalipse 1:10). Por meio de um “espinho na carne”, um ataque incitado de maneira demoníaca, um mensageiro do próprio Satanás ao Apóstolo Paulo, fez com que o sofredor Paulo aprendesse sobre a suficiente e poderosa graça do Senhor (2 Coríntios 12:7 – 9). Para que tenhamos deleitável ânimo na entrada do reino de Deus, depositando corajosamente e ousadamente fé unicamente em Cristo (tendo desprendimento das coisas terrenas), faz–se necessário padecer muitas aflições, segundo o que ensinaram Jesus e o Apóstolo Paulo (João 16:33; Atos 14:22). “No mundo vocês vão sofrer; mas tenham coragem. Eu venci o mundo” — por vocês a minha Igreja! Por que motivo, nos queixamos tanto do sofrimento? Não deveríamos bradar como o salmista: — “O Senhor é o meu Pastor, e por isso, de nada terei falta?” —, ainda que andássemos “pelo vale da sombra da morte?” (Salmos 23:4) ou que “comêssemos perante inimigos?”. Essas aflições indicam a realidade que ocorre aqui neste mundo, entrepõe–se céu e terra e nos faz buscar destemidamente as coisas salutares e divinas com mais afinco. As Escrituras, frequentemente, indicam que Deus guia seus filhos através do sofrimento antes de eles alcançarem a glória dEle — conhecemos, de fato, a Deus enquanto sofremos. O Espírito Santo garante a glória que é sempre futura (Romanos 8:17 – 30).

Então, por que razão, com tal intensidade são as contestações e imposição da soltura a respeito do sofrimento? Ora, não devemos entregar confiantemente nossos sofrimentos a Deus? Se qualquer cristão rejeitar carregar a sua cruz, sem dúvida achará outra, e pior, talvez mais pesada, porque será separada da ajuda de Deus.

Nem Jesus Cristo, nosso Senhor, esteve uma hora, em toda a sua vida, sem dor, humilhação e sofrimento. Ele admitiu e aceitou sofrer e ressurgir dos mortos, para que assim entrasse na sua glória eterna (Lucas 24:26).

Como, diante disso, podemos buscar outro caminho que não seja o caminho real do sofrimento (a cruz que assemelha–nos a Cristo)? Devemos crer que Deus “age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Romanos 8:28).

Sim, é uma vida de sofrimento, contudo, diametralmente diferente com a vida abundante na eternidade de glória. O que importa–nos? O que Jesus afirmou: — “E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28:20).

“A nossa pressa em acabar o sofrimento do amanhã (ansiedade), não retira o sofrimento de nossas vidas, apenas retira de nós a força e esperança de suportamos o sofrimento de hoje”.

Como escreveu Charles Haddon Spurgeon: — “Aqueles que mergulham no mar das aflições trazem pérolas raras para cima”.

O Senhor sempre demonstrou seu poder, santidade e sua ira contra o pecado. Mas, se revelou a sua Igreja sofredora, em gentileza e graça, e quando Deus não está agindo de forma claramente visível, está trabalhando suavemente e silenciosamente por ela. Apenas confie, Ele nunca deixará de amar a sua Igreja.

Paz e graça.
Pr. Dr. Plínio Sousa.

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