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Miquéias 3:1 – 7 — Parte 1.

Quando cumprem fielmente o dever do seu ofício, príncipes e profetas devem ser altamente honrados acima dos outros homens; mas quando traem a sua confiança, e agem contrariamente a ela, eles devem ouvir a respeito dos seus defeitos assim como todos os demais homens, e será feito com que saibam que há um Deus acima deles, a quem eles devem prestar contas. Do seu tribunal o profeta, aqui, em seu nome, os denuncia.

1 – Que os príncipes ouçam a sua acusação e a sua condenação. Os chefes de Jacó, e os príncipes da casa de Israel, são convocados a ouvir o que o profeta tem a lhes dizer – v. 1. A palavra de Deus tem reprovações para o maior dos homens, as quais os ministros desta palavra devem aplicar quando houver ocasião. O profeta aqui tem uma consolação sobre esta reflexão, sabendo que, qualquer que seja o sucesso alcançado, ele cumpriu fielmente o que lhe foi confiado: — Disse eu: — “Ouvi agora vós […] príncipes!”. Ele tinha o testemunho da sua consciência a seu favor: — tinha consciência de que não tinha se esquivado do seu dever por temor da face dos homens. Ele lhes diz: — [1] – O que era esperado deles: — Não é a vós que pertence saber o direito? Ele quer dizer fazer justiça, pois do contrário o conhecimento dele não tem nenhum proveito. Não cabe a vós administrar a justiça imparcialmente, e não fazer acepção de pessoas (esta é a frase hebraica para a parcialidade e o respeito das pessoas), “mas saber o direito, e os méritos de toda causa?”. Ou pode se dar como certo que os chefes e príncipes estejam bem familiarizados com as leis da justiça, quaisquer que sejam as outras; pois eles têm estes meios de conhecimento, e não têm desculpa de serem ignorantes em relação a elas, uma desculpa que alguns que são pobres e loucos têm (Jeremias 5:4); e, se é assim, as suas transgressões em relação às leis da justiça são as mais provocadoras a Deus, pois eles pecam contra o conhecimento. “Não sois vós que deveis conhecer o direito? Sim; portanto, aquietai-vos, e ouvi o seu próprio juízo, e julgai se não é certo, se alguma coisa pode se opor a ele”. [2] – Como eles haviam transgredido miseravelmente as leis do juízo, embora as conhecessem. O princípio e a disposição que tinham eram ruins: — Aborreceis o bem e amais o mal. Eles odeiam o bem nos outros, e odeiam que o bem tenha qualquer influência sobre si mesmos; eles odeiam fazer o bem, odeiam ver qualquer bem realizado, e odeiam aqueles que são bons e que fazem o bem; eles amam o mal, e se deleitam na maldade. Sendo este o seu princípio, a sua prática está de acordo com ele; eles são muito cruéis e severos para com aqueles que estão debaixo do seu poder, e quem quer que dependa da sua misericórdia descobrirão que eles não têm nenhuma. Eles devoram de forma bárbara aqueles a quem deveriam proteger, e, como pastores infiéis, tosquiam o rebanho que deveriam alimentar; ou melhor, em vez de alimentá-lo, eles se alimentam dele (Ezequiel 34:2). Certamente é certo que aquele que alimenta um rebanho se alimente do leite do rebanho (1 Coríntios 9:7), mas isto não os deixará satisfeitos: — “Comeis a carne do meu povo”. É certo que eles se vistam com a lã, mas isto não lhes é suficiente: — “Arrancais a pele” – v. 3. Impondo tributos mais pesados do que o povo pode suportar, e extorquindo-os com rigor, com multas e castigos físicos, por crimes que não cometeram, eles arruínam os bens e as famílias dos seus súditos, tiram a vida de alguns, o sustento de outros, sendo, para os seus súditos, como animais predadores, em vez de pastores. “Esmiuçais-lhes os ossos, e os repartis como para a panela e como carne no meio do caldeirão” (conforme a versão RA). Isto sugere que eles eram: — [A] – Muito vorazes e gananciosos, satisfazendo-se na luxúria e nos prazeres dos sentidos. [B] – Muito bárbaros e cruéis com aqueles que lhes estavam sujeitos, não se importando com quem quer que fizessem mendigar, contanto que pudessem apenas enriquecer a si mesmos; o amor ao dinheiro é a raiz deste mal. [3] – Como eles poderiam esperar que Deus os tratasse, uma vez que eles tinham sido tão cruéis àqueles que lhes estavam sujeitos. A lei está fixada: — Aqueles que não demonstrarem misericórdia serão julgados sem misericórdia (v. 4): — No dia da sua angústia eles “clamarão ao Senhor, mas não os ouvirá”, como os pobres clamaram a eles no dia da sua prosperidade e eles não quiseram ouvi-los. Chegará um tempo quando os pecadores mais soberbos e escarnecedores clamarão ao Senhor, e suplicarão pela misericórdia que eles certa vez não valorizaram nem imitaram. Mas isto será em vão. Naquele tempo Deus até mesmo esconderá deles a sua face; no momento em que eles precisarem do seu favor, se verão destruídos, sem poder contar com ele. Em outro tempo eles voltariam as suas costas para Ele; mas naquele tempo Ele voltará as suas costas para eles, visto que se comportaram mal em suas ações. Observe que os homens não podem esperar fazer o mal e se dar bem, mas podem esperar, como aconteceu a Adoni-Bezeque (Juízes 1:4 – 7), que lhes seja feito aquilo que eles fizeram aos outros; pois Ele é justo e toma vingança. Com os perversos, Deus se mostrará perverso, e Ele frequentemente entrega os homens cruéis e sem compaixão nas mãos de homens cruéis e que não lhes mostrarão compaixão, como eles mesmos agiram anteriormente com os outros. Isto concorda com Provérbios 21:13: — “O que tapa o seu ouvido ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido”; mas os misericordiosos têm motivos para ter esperança de que alcançarão misericórdia.

2 – Que os profetas também ouçam a sua acusação e a sua condenação; eles profetizavam falsamente e os príncipes tomavam decisões através da palavra deles. Observe: — [1] – Qual era o pecado deles. [A] – Eles haviam assumido como sua ocupação lisonjear e enganar o povo: — Eles “fazem errar o meu povo”, guiando-os para o engano, tanto com relação ao que devem fazer, como com relação ao que Deus fará com eles. É muito ruim quando um povo é levado a errar pelos seus líderes, e quando estes os tiram do caminho que deveriam trilhar, indo diante deles no caminho. Eles fazem o povo errar clamando paz, dizendo-lhes que eles estão agindo bem, e que tudo lhes irá bem, embora estejam nos caminhos do pecado, e a apenas um passo da ruína. Eles clamam paz, mas “mordem com os seus dentes”, o que talvez queira dizer que eles mordem os próprios lábios, como somos propensos a fazer quando reprimimos algo que estamos prontos a falar. Quando eles clamavam paz, os seus próprios corações lhes manifestavam que isto era uma mentira; eles prediziam paz àqueles que podiam recompensar as suas palavras com aquilo que eles pudessem morder com os seus dentes, mas preparavam, isto é, prediziam guerra contra aqueles que não lhes colocavam nada na boca – eles prometiam paz àqueles que podiam lhes pagar, mas prediziam guerras contra aqueles que não podiam fazê-lo! Eles não eram condutores cegos, pois viam a cova diante de si, e ainda assim guiavam os seus seguidores para dentro dela. [B] – Todos os seus objetivos consistiam de se fartarem e de servirem ao seu próprio ventre, como os sedutores dos dias do apóstolo Paulo (Romanos 16:18), porque “o deus deles é o ventre” (Filipenses 3:19). Eles “mordem com os seus dentes e clamam: — Paz!”; isto é, eles lisonjeiam e elogiam aqueles que os alimentam, provendo-lhes boas mordidas e dando-lhes algo para comer; mas aqueles que não põem nada em suas bocas, que não os fartam continuamente, eles consideram seus inimigos; para estes eles não clamam paz, como fazem àqueles a quem consideram seus benfeitores; pelo contrário, eles até mesmo preparam guerra contra eles; contra estes eles denunciam os juízos de Deus. Mas estes homens iníquos é que merecem sofrer os danos que pronunciam, assim como os sacerdotes ardilosos da Igreja de Roma que, em alguns lugares, fazem a sua imagem sorrir ou franzir a testa sobre o ofertante, de acordo com a oferta dada. É justo que as Escrituras insistam no fato de que uma das qualificações necessárias para um ministro é que ele não seja cobiçoso de torpe ganância (1 Timóteo 3:3; Tito 1:7). [2] – Qual sentença lhes é proferida por causa deste pecado – v. 6, 7. É ameaçado: — [A] – Que eles estarão envolvidos em dificuldades e misérias juntamente com aqueles a quem eles tinham clamado paz: — Se fará noite para eles, e será uma noite de calamidade escura e fria – ela será tal como eles, em sua lisonja, levaram o povo a esperar que jamais viesse. “Se vos fará noite”, e será mais escura a vós do que aos outros. “Se porá o sol sobre esses profetas”, se porá ao meio-dia; todo o conforto se apartará deles, e eles serão privados de toda a sua esperança. “O dia sobre eles se enegrecerá”, embora eles tenham prometido a si mesmos, luz. Eles não serão apenas cercados por dificuldades externas, mas a sua mente ficará cheia de confusão, e eles ficarão sem saber o que fazer; as suas mentes ficarão anuviadas, e os seus próprios pensamentos os perturbarão; e só isto já é dificuldade o bastante. Eles tinham mantido os outros em trevas, e agora Deus os colocará em trevas. [B] – Que assim eles serão silenciados, e todas as suas pretensões de profecia serão envergonhadas para sempre. Eles nunca tiveram qualquer visão verdadeira; e agora, a falsidade das suas predições de paz será manifestada, será revelado que eles jamais tiveram qualquer visão, que jamais houve uma resposta de Deus para eles, mas que tudo que profetizavam era embuste, e que eles eram trapaceiros e impostores. Estando a sua reputação assim bastante arruinada, sua confiança naturalmente iria decepcioná-los. E, estando os seus ânimos irritados e confusos, as suas falsidades também os decepcionarão; e em vista destas trevas, tanto por fora como também por dentro, eles não adivinharão – eles só terão visões falsas; eles serão envergonhados e confundidos, e cobrirão os seus lábios, como homens que estão bastante frustrados e não têm nada a dizer em favor de si mesmos. Observe que aqueles que enganam os outros estão apenas preparando confusão para os seus próprios rostos.

Paz e graça.
Pr. Me. Plínio Sousa.

[1] – Comentário Matthew Henry.

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