Teologia Missional
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SOBRE A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ — TESES INAUGURAIS DE FRANCISCUS JUNIUS
TESES ELÊNTICAS SOBRE A SAGRADA ESCRITURA
Franciscus Junius, o Velho (1545 – 1602).
A ERSE é a editora do IRSE.
Seminário: @irsantoevangelho.
Diretor Geral: @prpliniosousa.
Comunidade: @celairse.
![Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo.
Uma obra sobre Cristologia (Doutrina de Cristo).
Trecho:
Há uma inter–relação muito pessoal entre a doutrina do homem (Antropologia) e a de Jesus Cristo (Cristologia), a primeira trata do homem, criado à imagem de Deus e dotado de verdadeiro conhecimento (reto) e santidade. Nesse estado de criação original, Adão como cabeça federal (representante da humanidade) teve a capacidade natural de conhecer a natureza de Deus (seus atributos, como sabedoria, poder e eternidade) e a vontade de Deus para o homem, mas que, pelo dever natural transgredido, livre e impensada vontade, violou a Lei de Deus (no Éden), despojou–se da sua verdadeira humanidade e se transformou num pecador obstinado.
A Teologia expõe o homem como uma criatura de Deus altamente privilegiada, pois “[...] criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1:27), mas sabemos que mesmo após a queda, o homem traz consigo a imagem de Deus, algumas peculiaridades e qualidades se mantém do estado da inocência (do estado de glória) — “como tendo em si a semente da religião (semen religionis) ou o sentido [percepção] da divindade (sensus divinitatis)” — similarmente, a Teologia igualmente expressa–se pela antropologia adâmica, sendo o homem o produto final da violação de Adão que encerrou a humanidade no pecado original, que têm consequências terríveis — como a morte física, espiritual e eterna — devido ser Adão o representante de toda a humanidade. Apesar disso, porém, a criatura perdeu direitos de nascimento, sua verdadeira liberdade e justiça originais, em consequência do pecado original. Significa que a doutrina dirige a atenção não apenas, nem primeiramente, à condição do homem como criatura, mas, sim, à sua pecaminosidade. Salienta a distância ética que há entre Deus e o homem, distância resultante da queda do homem e que, nem o homem nem os anjos podem cobrir, e, como tal, é virtualmente um grito pelo socorro divino.
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“Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo” — uma obra sobre Cristologia (Doutrina de Cristo).
Trecho:
O Filho de Deus, também, nada mais é que o Verbo de Deus, não como se fosse um verbo (uma palavra) já pronunciado exteriormente, porque assim seria transitório, mas como um verbo (uma palavra) concebido no interior. Eis porque o próprio Verbo de Deus possui uma só natureza de Deus, e é igual a Deus. O bem–aventurado João, quando falou do Verbo de Deus, destruiu as três heresias acima definidas: — “a de Fotino (notório por negar a encarnação de Cristo), quando disse: — No princípio era o Verbo; a de Sabélio (notório por opôs-se a doutrina da Igreja, a Trindade, onde há três ‘pessoas’ no Ser Divino, quando disse: — e o verbo estava em Deus; e a de Ário (notório por negar a consubstancialidade entre Deus Filho [Jesus] e Deus Pai), quando disse: — e o Verbo era Deus”. Mas o Verbo (a Palavra) existe diversamente em nós e em Deus. Em nós, o verbo é um acidente; em Deus, o Verbo de Deus mais identifica-se com o próprio Deus, pois nada há em Deus que não seja essência de Deus.
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📖 Trecho:
Quanto ao termo “propiciação” (ἱλαστήριον – hilasterion), podemos afirmar que é o ato divino de cobrir (assombrar) o pecado, é Deus reconciliando o pecador consigo mesmo por meio de Cristo e dando ao pecador o ministério da reconciliação, segundo escreveu Paulo: — “Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens” (2 Coríntios 5:19; Romanos 5:10, 11; Colossenses 1:21 – 23). A “propiciação” é Deus pacificando o pecador consigo mesmo — é se tornar propício a si mesmo — e, portanto, é o monergismo divino de conceder Redenção ao pecador. A propiciação é aquilo pelo qual Deus se torna propício (favorável), isto é, pela qual se torna coerente com seu caráter e governo perdoar e abençoar o pecador. A propiciação não adquire seu amor ou o torna Deus amoroso; apenas o torna coerente para Ele executar seu amor para com os pecadores.
A propiciação é anular a culpa por meio da entrega vicária da vida de Jesus Cristo. É Deus deixar–se reconciliar e ser gracioso com o homem caído. O substituto inocente (Jesus Cristo) morreria no lugar do transgressor, pagando o preço por seus pecados e desviando a ira de Deus. Assim, o pecado seria punido, mas sem destruir o pecador.
A idéia é de aplacar a ira de Deus [...] Jesus propicia a Deus com relação a nossos pecados. Em 1 Coríntios 15:3, é–nos dito: — “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: — que Cristo morreu [por] (ὑπέρ) nossos pecados, segundo as Escrituras”. A preposição “ὑπέρ” (hypér) que significa “para”, “ao invés de”, “no lugar de”, “em nome de”, “no interesse de”, “para o benefício de”, é empregada por Paulo em conexão com a morte vicária de Jesus Cristo nas passagens cruciais e em Gálatas 3:13 e 1 Coríntios 15:3.
O esquema proposto é — sangue — reconciliação — redenção.
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