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Andando pelas regiões desertas deste mundo, achei-me em certo lugar onde havia uma caverna [2]; ali deitei-me para dormir e, dormindo, tive um sonho. Vi um homem vestido de trapos (Isaías 64:6), de pé em determinado lugar, com o rosto voltado para o lado oposto da própria casa, um livro na mão e um grande fardo às costas (Salmos 38:4). Olhei e o vi abrir o livro, e lê-lo; e lendo, chorava e tremia, e já não se contendo, rebentou em um choro sentido, dizendo: — “Que devo fazer?” (Atos 16:30, 31). Nessa angústia, portanto, voltou para casa e se conteve o máximo que pôde, para que sua mulher e seus filhos não lhe percebessem o desconsolo; mas não podia mais calar-se, pois seu tormento crescia. Assim, afinal revelou sua angústia à mulher e aos filhos; e começou a falar-lhes: — Minha querida esposa e filhos — disse ele — estou muito preocupado em virtude de um fardo que me pesa muito; além disso, tenho uma informação segura de que nossa cidade será queimada com fogo do céu, em cuja terrível destruição eu, você, minha esposa, e vocês, filhinhos amados, seremos destruídos, a não ser que haja uma maneira (que não vejo) de escapar, pela qual nos libertemos.

A revelação deixou a mulher e os filhos surpresos e aflitos, não porque acreditassem que o que ele lhes dizia era verdade, mas porque achavam que alguma insensatez desvairada lhe confundia o pensamento. Aproximando-se a noite, portanto, e esperando que o sono pudesse acalmá-lo, mais do que depressa o fizeram dormir. Mas a noite foi para ele tão perturbadora quanto o dia; assim, em vez de dormir, passou-a entre suspiros e lágrimas. Quando veio a manhã, quiseram saber como ele passara, e lhes disse que piorava cada vez mais. Também voltou a falar-lhes, mas eles começaram a mostrar-se endurecidos[3]. Então cogitaram curar-lhe a insensatez por meio de um comportamento rude: — “às vezes zombavam dele; às vezes o repreendiam; e às vezes simplesmente o ignoravam”. Por isso ele passou a isolar-se em seu quarto para orar e lamentar por eles, e também para condoer-se da própria angústia. Caminhava solitário pelos campos, às vezes lendo, às vezes orando. Assim passou o tempo durante alguns dias. Ora, vi certa vez quando ele caminhava pelos campos que (como costumava fazer) lia seu livro exibindo grande angústia, e lendo, rebentou em lágrimas, como já o fizera antes, clamando: — “Que devo fazer para ser salvo?”. Vi também que ele olhava para um lado e para o outro, como se pretendesse correr, porém permanecia imóvel, pois, como percebi, não conseguia decidir que caminho tomar. Olhei então e vi um homem chamado Evangelista aproximar-se dele e perguntar-lhe:

— Por que você está chorando?

— Senhor, percebo, por este livro que tenho nas mãos, que estou condenado a morrer e, depois, ir a julgamento (Hebreus 9:27). Não quero que a primeira coisa aconteça comigo agora, nem tampouco estou pronto para a segunda.

Disse então o Evangelista:

— Por que não está disposto a morrer, se esta vida é afligida por tantos males?

— Porque temo que esse fardo que trago às costas me enterre mais fundo que a sepultura, e que eu venha a cair na fogueira[4]. E, senhor, se não estou disposto a ir para a prisão, não estou disposto (tenho certeza) a enfrentar o juízo, e depois a execução. Pensar nessas coisas me faz chorar.

— Se é assim que você se sente — disse o Evangelista — por que fica aí parado?

— Porque não sei para onde ir.

Então ele lhe deu um livro, no qual estava escrito: — “Fujam da ira vindoura” (Mateus 3:7). O homem leu e, olhando para o Evangelista, falou com muito cuidado: — Para onde devo fugir? Respondeu o Evangelista, apontando o dedo para um campo bem vasto: — Vê lá longe aquela porta estreita? (Mateus 7:13, 14).

— Não.

— Vê lá longe aquela luz radiante? (Salmos 119:105; 2 Pedro 1:19).

— Acho que sim.

— Pois fixe o olhar nessa luz, e suba direto até lá. Ao chegar, você verá a porta. Bata e lhe dirão o que deve fazer[5].

Paz e graça.
Pr. Me. Plínio Sousa[6].

[1] – BUNYAN, John. O Peregrino, p. 18 – 20.

[2] – A prisão.

[3] – Atitude carnal das almas doentes.

[4] – Conforme Isaías 30:33.

[5] – Cristo e o caminho até Ele não podem ser encontrados sem a Palavra.

[6] – Nota: — revisor e significações.]

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