Livro I — Capítulos 15 — 17.  “Por nenhuma coisa do mundo, nem por amor de pessoa alguma, se deve praticar qualquer mal; mas, em prol de algum necessitado, pode-se, às vezes, omitir uma boa obra, ou trocá-la por outra melhor”. Desta sorte, a boa obra não se perde, mas se converte em outra melhor. Sem a caridade [amor] nada vale a obra exterior; tudo, porém, que da caridade procede, por insignificante e desprezível que seja, produz abundantes frutos, porque Deus não atende tanto à obra, como à intenção com que a fazemos. “Muito faz aquele que muito ama”. Muito faz quem bem faz o que faz. Bem faz quem serve mais ao bem comum que à sua própria vontade. Muitas vezes parece caridade o que é mero amor próprio, porque raras vezes nos deixa a inclinação natural, a própria vontade, a esperança da...

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